São Paulo - SP
Terão as aves misteriosa simpatia por certas pessoas ou serão, às vezes, portadoras de mensagem divina?Este caso foi amplamente divulgado pelo jornal em janeiro de 1951 e teve o testemunho de milhares de pessoas na capital paulista, conforme asseguram as notícias. O fato ocorreu exatamente no dia 23 de janeiro e se revestiu de misteriosa circunstância, não havendo quem pudesse dar explicação plausível.
Em 1928 foi nomeada professora rural do estado de São Paulo uma senhora chamada
Odília. Durante 24 anos ocupou o cargo onde sempre revelou bondade e eficiência. Já
bastante idosa abandonou o magistério público passando a trabalhar em casa, ora como professora particular, ora como preceptora dou dama de companhia.
Por volta de 1949 Odília, que era solteira, começou a se sentir doente. Era um mal
estranho, indefinível, que não pôde ser identificado por algum dos muitos médicos que
procurou. Seu mal foi progredindo e ela, cada vez mais fraca, começou, a partir de 1 de janeiro de 1951, a ser alimentada somente com soro e transfusão de sangue. E, afinal, no domingo, 21 de janeiro, foi internada no instituto Paulista, já em estado desesperador.
Os médicos da instituição ainda tentaram todos os recursos mas foi tudo inútil. Na
manhã de segunda-feira se percebeu que não poderia sobreviver à terrível e ignorada
moléstia. As dores que boa senhora sofria eram tantas e tão fortes que em dado momento (era grande devota do Divino Espírito Santo) murmurou em derradeira súplica ao objeto de sua fé:
— Meu Divino Espírito Santo! Me livres desta dor...
Não demorou muito. Com enorme tristeza de sua irmã, que a acompanhava, e doutras
pessoas amigas, a bondosa criatura exalou o último suspiro.
Aproximadamente 19h, portanto 12 horas depois da morte de Odília, um fato inesperado espantou as pessoas presentes: Uma linda pomba branca entrou voando no recinto vindo não se sabe donde e, sobre o caixão onde repousava o corpo de Odília, traçou no ar uma grande cruz em duas linhas perfeitamente distintas. Em seguida baixou e pousou na cabeceira afastando com o bico algumas flores que cobriam o rosto da morta!
Não houve quem não mostrasse surpresa com o fato. E uma das amigas presentes ao
velório se levantou do ponto em que se achava sentada e tentou afastar a pomba da cabeceira do caixão onde pousara. Mas a pomba, de aspecto tão manso, reagiu lhe dando fortes bicadas na mão.
A senhora ficou espantada mas renovou seu intento. Novamente a pomba não se mostrou disposta a sair dali e voltou a dar bicada na mão de quem a tentasse afastar. Diante do ocorrido, e vendo a determinação da pomba, ninguém mais pensou em afastar a ave dali. E ali permaneceu.
Não tardou que corresse no instituto a notícia de que uma pomba velava uma morta.
Dali a notícia ganhou a rua e em pouco tempo uma autêntica romaria invadiu o local.
Foi necessária até a presença da polícia pra conter a multidão. Indiferente a tudo a pombinha, sem se afastar dali um instante, sem procurar alimento, permaneceu imóvel durante toda a noite.
No dia seguinte a família pediu a presença do capelão do hospital, padre Frederico, pra encomendar o corpo. Durante a cerimônia a ave foi afastada facilmente mas logo que tudo terminou voltou à cabeceira do caixão, seguindo, pousada agora na tampa, até o cemitério onde se deu o sepultamento na quadra 23, túmulo 271. Grande multidão acompanhou o féretro, tendo sido necessária a presença da polícia pra manter a ordem.
Na hora do fechamento definitivo do caixão, o povo, em incontido ímpeto, assaltou o
caixão e de lá retirou flores. Mesmo assim a pomba não se afastava de seu posto!
Quando a situação foi controlada e o caixão poderia baixar à sepultura, pomba se
deslocou à lápide e ali permaneceu longo tempo à vista da multidão que observava
fascinada.
Apesar do apelo do capelão de que tudo aquilo não passava de grande coincidência o
povo, se lembrando de que Odília era devota do Espírito Santo e se lembrando também
do apelo que fizera em agonia, e sabendo ser a pomba o símbolo daquela entidade divina...
O povo atribuiu o fato a verdadeiro milagre.
E quem pode assegurar se era?
NITERÓI
O FANTASMA DECAPITADO (caso relatado)O caso que vou relatar se passou comigo mesmo, por volta do ano de 1927, quando
residia com minha família no lugar denominado Porto do Velho, município de São Gonçalo, Rio de Janeiro.
Meu pai, Manoel Fogaça, possuía ali uma indústria na qual juntos trabalhávamos.
Certa vez, numa quinta-feira, fui dar um passeio até a ponte das barcas, Niterói e, ali
chegando, resolvi ir a uma sessão no cinema Royal, hoje demolido.
Assisti calmamente, na segunda sessão, a passagem do filme cujo nome não me recordo mas que tinha como artista principal Harry Carrey.
Ao sair, chegando à praça Martim Afonso, verifiquei que o bonde das 23:10h, da linha
Alcântara, já havia seguido seu destino. Tendo perdido essa condução, aliás a última que passava no Porto do Velho naquela hora, não tive remédio senão seguir no bonde de Neves.
Ao saltar no fim dessa linha, já passava da meia-noite e meia, vi um botequim aberto.
Entrei, tomei um café e fiquei pensando na longa caminhada que teria de empreender até Porto do Velho.
Me recordava também de certas coisas anormais contadas por pessoas de minha zona referentes à rua que eu teria de percorrer e, principalmente, a uma certa ponte de tábua, muito velha, que se denominava ponte das Brandoas, onde, segundo diziam, qualquer pessoa que ali passasse a alta hora da noite ouvia gemido, via assombração e coisas mais.
A rua a que me refiro se chama Alberto Torres. É muito longa e, de certo trecho a
diante, deserta e perigosa.
Quando o relógio do botequim assinalava uma hora da madrugada o dono se aproximou e me disse com seu sotaque lusitano:
— Como é?, rapaz. Vou fechar o boteco.
Confesso que estava temeroso de enfrentar algum perigo e, ao sair, caminhei até o
portão da oficina Hime na esperança de que aparecesse alguém que me servisse de
companhia até Porto do Velho.
Finalmente, depois de aguardar meia hora, saiu da oficina um rapaz que deixara o serviço naquela hora. Passou por mim e seguiu seu caminho.
Não tive dúvida em o seguir e tomar a mesma direção até o alcançar. O cumprimentei
e fomos conversando até a avenida Paiva (justamente a metade do caminho) quando esse companheiro parou pra se despedir. Declarando morar ali no fim da avenida, me perguntou:
— Onde moras?
Tendo eu lhe dito onde residia me declarou:
— Tens muita coragem em atravessar a ponte das Brandoas nesta hora! Eu, por coisa
alguma, passaria ali agora.
Depois de sua saída fiquei pensando se devia prosseguir viagem, quando, num rasgo
de coragem, considerei que um homem é um homem e me pus a caminho. Ao passar na malsinada ponte um arrepio me percorreu todo o corpo e foi nessa situação que a atravessei sem, entretanto, ter visto ou ouvido algo extraordinário.
Supunha, então, haver vencido o maior obstáculo. Entretanto, mais adiante, depois do cruzamento da linha Leopoldina com a Cantareira, próximo a um pequeno pontilhão sobre o qual passam os trilhos daquela companhia, divisei uma claridade.
Me aproximei. Verifiquei se tratar de quatro velas acesas nos cantos dum lençol branco estendido no chão. Ao lado, de pé, olhando atentamente o lençol, estava um homem alto vestindo um longo capote preto que ia até os pés e trazendo na cabeça um grande chapéu da mesma cor.
Ao ver aquele quadro o que mais me impressionou foi observar que o homem mais
parecia uma múmia, imóvel como estátua.
Com dificuldade consegui passar no local. Porém, adiante, já em Porto do Velho, próximo a minha residência, bem no meio do cruzamento das linhas de trem, se repetiu a mesma cena: vi as velas, o lençol e o homem de capote e chapéu preto!
Ao enfrentar aquele quadro em tudo semelhante ao anterior, ainda mais horrorizado
fiquei, mas não havia outro caminho.
Fui seguindo na extremidade oposta e, ao passar pelo vulto, tentei ver a fisionomia do
homem. Não consegui divisar o rosto da estranha personagem porque o grande chapéu
encobria a metade da cabeça.
Logo que consegui me distanciar daquele macabro local ouvi uma voz me chamar e caí
na tolice de olhar atrás. Bem próximo a mim estava o tal homem. Com o chapéu numa
mão e uma vela na outra, mas... sem cabeça!
Ao ver tão horripilante figura corri desabaladamente em direção a minha casa ouvindo
em minha retaguarda repetidas gargalhadas e longos assobios.
Cheguei a casa metendo os pés na porta da sala de jantar que minha mãe sempre deixava escorada com uma cadeira pra que eu, ao chegar, não perturbasse o sono dos demais.
Fazendo uma barulhada infernal caí desacordado sobre o assoalho. Meus pais e irmãos, despertados pelo estrépito, acudiram a ver o que acontecera comigo e me socorreram. Só após recuperar o sentido, ainda cheio de pavor, pude contar o sucedido.
Na manhã seguinte, ainda de nervo abalado, fui por, curiosidade, verificar os lugares
onde havia passado na véspera, pra ver se existia algum indício anormal.
Nenhum vestígio de cera de vela. Nada que relembrasse o que vira com meus próprios
olhos!
Todavia, no pontilhão, já rodeado por muitas pessoas, jazia o cadáver dum homem que o trem da Leopoldina apanhara naquela noite. O corpo estava coberto com um lençol branco colocado por pessoas caridosas logo após o desastre.
Minha curiosidade fez com que me aproximasse e levantasse o lençol. Assombrado
verifiquei que ali estava um corpo com a cabeça esmigalhada. Se tratava dum homem
alto, trajando roupa e capote pretos, tendo ao lado um grande chapéu também preto.
CRUZ ALTA - RS
O FANTASMA DO HOTELMeu filho mais velho tinha, naquela época, 22 anos e, em certa noite, viajando a
negócio no sul, chegou a um hotel onde era hóspede antigo, quando percorria aquela zona de Cruz Alta, Rio Grande do Sul. Disse o hoteleiro:
— Infelizmente, meu caro, não dispomos desta vez de quarto vago.
— Mas, não é possível! Sempre me arranjaste quarto.
— É verdade. Entretanto, desta vez não posso te satisfazer, por estar tudo ocupado.
Meu filho insistiu.
— Ora essa! Tenho que dormir aqui. Aonde irei? Me arranjes qualquer coisa: durmo
dentro duma banheira, em cima duma mesa. Qualquer coisa serve, contanto que eu possa passar a noite abrigado e amanhã cedo seguir viagem.
— É pena mas nada tenho. A não ser...
— A não ser o quê? Tens algum jeito?
— É. Eu estava pensando que se o senhor quisesse ficar no apêndice...
— Ótimo! Está muito bom. Mandes aprontar um leito. Dormirei lá.
O apêndice era uma construção separada do corpo do hotel e constituído por pequenos quartos de madeira, com portas e janelas envidraçadas, servidas de contra-ventos de madeira.
Em instantes estava preparado um daqueles cômodos e até lá seguiu o rapaz com a
bagagem. Instantes depois se deitou e, sem demora, adormeceu. Não teve idéia justa do tempo que dormiu e só sabe que, a tanta da noite, foi despertado por um ruído de espora, batendo na laje do pátio.
Eram passadas nítidas, fortes, que iam e vinham dum lado a outro. Se tratava,
naturalmente, de alguém calçado de bota e espora que ali estava passeando diante do quarto em que meu filho se achava.
Como a cama estava colocada bem diante da janela, o rapaz viu através da vidraça o
vulto dum militar indo e vindo no pátio.
Aborrecido por ter sido despertado de modo tão importuno, esperou o momento em
que o passeante se achava de costas e subindo o pátio, se levantou, foi fechar a janelinha de madeira e voltou ao leito resmungando:
— Esses camaradas não têm mais o que fazer. Ora! Se isso é hora de alguém estar
passeando, batendo com os tacões assim com essa força. Não têm respeito aos outros!
Realmente, com a janelinha de madeira fechada, os passos se tornaram menos audíveis e, felizmente, pouco depois, já não eram mais ouvidos, podendo o hóspede novamente reatar o sono interrompido.
No dia seguinte, cedo, o rapaz se dirigiu à sala de refeição pra tomar café. Quando o
hoteleiro se aproximou pra dar bom-dia, aproveitou o ensejo pra formular uma reclamação.
— Bom. Dormiste bem?
— Quê! Dormi? Que nada! Francamente, precisais dar um jeito e convidar aquele
oficial a ir passear noutro ponto. Que diabo! O homem não me deixou dormir em paz.
Não parou de andar de lá a cá, de cá a lá. Parece que escolheu logo a frente de meu quarto pra pisar mais forte. Quem era ele?
Como o hoteleiro mostrou um ar de assombro, meu filho acrescentou:
— Uê! Que tens?, senhor. Com uma cara tão espantada!
— Queres dizer que viste o homem?
— Vi, sim, mas o que tem isso demais? Que mistério é esse?
— Então, por favor, não contes a alguém.
O hoteleiro passou a relatar a meu filho que no quarto onde ele dormira fora
assassinado um capitão. Desse dia a diante, vez e outra, aparece e fica passeando no pátio. Pára diante da janela, mas somente quanto ela fica de vidraças abertas. Depois continua o passeio que se prolonga, às vezes, até a madrugada. Com as janelas fechadas nunca o vulto apareceu. Várias pessoas o viram e nunca mais voltaram àqui. Por isso peço que não contes a alguém, senão os hóspedes me abandonam.
Que porra de tamanho de letra é essa,ô animal!!! Vai toma no cú!
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