Injeção Letal : Como funciona?

O ritual desse tipo de execução de sentença começa com uma aplicação intravenosa de um sedativo (pentotal de sódio), depois se segue um agente paralisante (pancurônio bromide). Por fim, rola uma droga que pára o coração (clorido de potássio). As drogas utilizadas na injeção letal bloqueiam a circulação de sangue ao cérebro e, em poucos minutos, provocam uma "morte cerebral":

- Inconsciência

O anestésico pentotal de sódio faz as células de o cérebro pararem de reagir a impulsos nervosos;

- Parada respiratória

Usado por índios para envenenar flechas na Amazônia, o curare está associado com o pancurônio, substância que paralisa os músculos usados na respiração e faz com que os pulmões parem de mandar oxigênio para os glóbulos vermelhos;

- Parada cardíaca

Um sal químico simples, o clorido de potássio, bloqueia os sinais elétricos no interior do coração. Os batimentos diminuem e, depois, param;

- Cérebro

O suprimento de sangue oxigenado pára. Em 5 minutos, danos cerebrais irreversíveis têm início, o que provoca a perda do controle da respiração e de outras funções básicas.

 

Segundo o "PLoS Medicine", das 40 execuções por injeção letal ocorridas na Carolina do Norte, em 33 o tempo médio para que o preso morresse variava entre 10 e 14 minutos após a entrada das três drogas no sangue. "Em boa parte dos casos, os presos sentiram asfixia, sensação de queimação, desconforto e algo como se tivessem sendo atirados vivos no fogo", afirma um dos autores do estudo, o cirurgião Leonidas Koniaris, da Universidade de Miami. Alguns presos necessitaram de uma segunda dose para poderem expirar, refere o documento.

O quadro é o seguinte: os tubos intravenosos que carregam o veneno da morte têm 1,8 metros de comprimento. Isso tenta garantir que os executores se mantenham a uma "distância crítica" do condenado e fiquem fora do foco de visão das testemunhas. Por outro lado, os tubos estão sujeitos a falhas que impedem o fluxo normal da substância letal até o organismo do condenado. Uma testemunha que presenciou uma execução, na Prisão Estadual de San Quentin, contou que tudo se parece com "ver um homem tirar uma soneca por dez minutos". Apesar desse tipo de relato, os advogados de defesa dos condenados afirmam que "a injeção letal mascara uma morte dolorosa e lenta".

A injeção letal é hoje adotada em 37 estados dos EUA. Sob o argumento de que é um sistema mais barato e "mais humano" que a famosa eletrocução e as câmaras de gás. Para ter uma idéia de como é comum o emprego desse método de execução, somente em 2005 um grupo de 2.148 pessoas foram mortas por injeção letal em 22 países, sobretudo na China. Nos EUA, em 2006, ocorreram 52 execuções com injeção letal - o que representa o uso desse método em quase 100% dos casos de condenação.

Em 2006, foram levadas a cabo 53 execuções nos Estados Unidos, 60 casos a menos que em 2005. O recorde foi o ano de 1999, com 98 execuções. Desde 1976, 123 pessoas saíram da fila de execuções após terem sido decretadas inocentes, 14 delas mediante teste de DNA. Trinta e sete dos 38 estados dos EUA que adotam a pena de morte agora admitem em seu lugar, de preferência, a prisão perpétua sem direito a recurso. O Texas, tido como o maior praticante da pena de morte, adotou tal lei em 2005. O medo agora é que inocentes estejam sendo mortos com erros jurídicos que só podem ser detectados anos depois - quando cientistas resolvem reinvestigar as provas materiais dos crimes.

Arkansas, Califórnia, Delaware, Flórida, Maryland, Missouri, Nova Jersey, Ohio e Dakota do Sul suspenderam a execução por injeção letal.

Fonte: Revista Galileu.

Sinistro não?

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