Porto Alegre nos tempos dos ataques |
Em meio ao século XIX, a alta sociedade porto-alegrense descobre chocada um casal de seriais killers que assassinaram diversas vítimas, e a carne delas foi usada nas famosas linguiças que eram vendidas na cidade.
A história começa com José Ramos e sua típica história de psicopata. Nascido em Santa Catarina logo na juventude, após uma briga de seus pais, José em defesa de sua mãe parte para cima do pai com uma faca e lhe distribui golpes certeiros, o que acaba matando após alguns dias, foge então para porto alegre e se alista como soldado da polícia.
Apesar de ser bom na sua profissão, José Ramos sofreu com penitências por suas indisciplinas, onde diziam que maltratava muito os prisioneiros e espancava qualquer suspeito e que ainda foi pego tentando degolar um de seus prisioneiros, acaba sendo dispensado, porém agora atuando como informante secreto da polícia local.
Apesar do gênio aparentemente violento de José Ramos, dizia-se que ele era muito elegante, gentil e cavalheiro, além de ser um homem de bom gosto, que frequentava óperas e tinha contato com a elite de porto alegre.
Foi então que ele conheceu as duas pessoas chaves dos crimes que passaria a cometer, a húngara Catarina Palse com quem se casaria e o alemão Carlos Claussner que ajudaria a se livrar dos corpos, transformando eles em linguiça.
Catarina é de origem alemã, nascida na Transilvânia no período que a mesma estava sobre controle da Austríaco, ao viver os horrores das revoluções da época, é dito que Catarina assistiu o assassinato de sua família pelas tropas russas e que foi estuprada pelos mesmos tendo apenas 12 anos.
Aos 15 anos casa-se com Peter Palsen, e o casal decide-se viajar para o brasil para a província de São Pedro (atual Rio Grande do Sul) onde já se sabia do grande fluxo de imigrantes alemães que embarcavam a caminho da colônia, porém Catarina chega sozinha no Brasil, já que seu esposo se suicida por estrangulamento no caminho.
Catarina conhece então José Ramos e o mesmo o convence a tomar parte dos crimes que pensava em cometer, seduzindo pessoas para a casa dos dois, na rua alvoredo, para que os assassinatos fossem cometidos.
A outra peça fundamental, Claussner, era um alemão de média idade que veio a porto alegre para abrir seu pequeno negócio, um açougue. Logo José Ramos constrói uma sólida amizade com o comerciante visto que o mesmo dominava o idioma alemão, após confidenciar seu desejo assassino para Claussner, o mesmo diz que um excelente meio de se livrar dos corpos, seria moer a carne e vendê-la como linguiça, a “linguiça especial” como eles a chamariam, os ossos, incinerados junto com os ossos bovinos no açougue.
E assim foi por pelo menos oito assassinatos, onde ou José atraia suas vítimas para seu covil na Rua Alvorada, ou Catarina as seduzia, onde há pelo menos um caso em que uma das vítimas teve relações sexuais com ela, depois de assassinadas, as vítimas eram esquartejadas, colocadas em baus e levadas para o açougue do alemão, onde depois Ramos pessoalmente vendia ou dava como “presente” para as pessoas me mais alta classe da cidade, fazendo com que a iguaria fosse bem recomendada e vendida em abundância com o tempo, pois diziam que a carne tinha um sabor sem igual. Lembrando que nem Carlos, nem sua esposa e Ramos uma vez sequer comeram a iguaria.
Um a um os desaparecimentos estavam cada vez mais comentados na cidade, apesar das vitimas serem geralmente imigrantes alemães, e também contava com uma peça importante na trama, o delegado Dario Rafael Calado, que fazia o possível para acobertar os desaparecimentos, visto que não queria seu relator envolvido com homicídios.
Assim com a pressão, Carlos Claussner começava a se amedrontar e confessou uma vez a José Ramos que planejava se mudar para o Uruguai, deixando a vida de crimes, Ramos então o mata, dizendo a conhecidos que ele já fez a viajem para o Uruguai sem despedidas, porém Ramos não tinha o domínio da profissão da vítima, logo não sabia o que fazer com o corpo optando por enterrar o corpo do mesmo.
Essa movimentação desperta a curiosidade de um comerciante português que tinha seu comércio na mesma rua, curiosidade essa que custou-lhe a vida, junto de seu caicheiro e um cachorro que não se sabe ao certo a qual dos dois pertencia, o delegado não consegue mais abafar as investigações e a polícia bate a porta de José Ramos, onde encontra o casal enterrando o corpo do cachorro, e com uma pequena busca encontram o corpo do comerciante, do caicheiro e o de Carlos.
Nota publicada no jornal sobre o caso |
Ambos são levados a delegacia e Catarina movida talvez por medo ou remorso, entrega todos os crimes de José Ramos, inclusive explicando que o fim dos corpos se davam na fabricação das linguiças, a sociedade reagiu revoltada e enojada sabendo que sem perceber, foi transformada em canibal.
José Ramos foi condenado a forca (o que mais tarde seria revogado a prisão perpétua, talvez por sua influência política, ou mesmo pelo fato de Dom Pedro II tinha o real costume de revogar sentencias de morte). Morrendo anos depois na Santa Casa, Catarina foi posta em liberdade depois de cumprir sua pena morrendo poucos anos depois sozinha, e enterrada como indigênte.
Foi feito de tudo para acobertar o caso na época, de fato, os laudos que continham os relatos de Catarina e todas as referencias a carne de linguiça foram simplesmente perdidos e extraviados, os únicos registros são do próprio diário da mesma, a imprensa brasileira pouco disse sobre o assunto, tendo mais destaque em jornais franceses e uruguaios, ao chegar ao ouvido de Charles Darwin, ele comenta horrorizado aos fatos e diz: “Há um chacal escondido em cada um de nós”
O crime além de tudo, pode ser considerado o primeiro caso de serial killer brasileiro, visto que Preto Amaral, considerado o primeiro do brasil, cometeu seus crimes meio século depois.
O mais curioso desse acontecimento é que, repito, nem o casal nem Carlos praticaram o canibalismo, e sim vendiam ou doavam a carne para a mais alta sociedade porto-alegrense, fato é que muitas senhoras de família mandavam suas escravas para comprar a famosa linguiça especial, será de fato que a carne humana é tão saborosa e agradável ao paladar? Será realmente que existe um chacal escondido em cada um de nós, esperando para acordar?
Quem quiser saber mais sobre o caso, a RBS fez um documentário que pode ser encontrado na integra no Youtube (Links abaixo)
E tambem o livro "Maior Crime da Terra" do historiador Décio Freitas.
Sinistro não?
vixi !tenso!
ResponderExcluirsinistro O.O
ResponderExcluirMAS POR QUÊ DIABOS MATAR O POBRE DO CACHORRO? :'/
ResponderExcluirbem, primeiro mataram o comerciante, o cacheiro deu por falta do chefe e foi atras, sendo morto tambem, o cachorro ficou esperando e latindo do lado de fora da casa de ramos, para não despertar a curiosidade do povo, foi pra faca tambem.
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