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Uma história curiosa está chamando a atenção dos moradores de Redenção da Serra e de São Luiz do Paraitinga. Um antigo cemitério foi descoberto às margens da Rodovia Oswaldo Cruz e ninguém sabe ao certo desde quando as ossadas estão por lá. Essas ossadas humanas podem ser vistas de perto na altura do Km 29, no trecho de Redenção da Serra, em um barranco às margens da rodovia. “A gente pode observar o formato, a cor, inclusive ali está mostrando bem a ponta, o outro está mostrando bem o pedaço quase que inteiro do osso”, explica o historiador Plínio Ribas. Uma foto enviada pela prefeitura mostra um crânio encontrado no local, que agora, se transformou em atração. “Assim que consegui constatar que era realmente ossada, eu avisei todos os amigos, e todo mundo parava aqui para dar uma olhada, tirar foto, então virou ponto turístico”, afirma Plínio. Mas o fato curioso não é nenhuma novidade para os moradores da região, pelo contrário, eles já estão acostumados a dividir espaço com os mortos, e até fazem peregrinação por aqui. “Todo mundo acende vela, leva flor, reza, faz promessa para as almas dali, e são atendidas as promessas”, conta a moradora Maria José Silva Santos. Por uma questão de fé, a comunidade ajuda a preservar o tal cemitério e a memória dos falecidos. “Embaixo daqueles coqueiros é onde eu fui enterrar os ossos, juntei ali na estrada um punhado de osso, e pensei vou enterrar ali o coitado, ele também era gente”, conta Maria Rodrigues Santos. A estrada foi aberta na década de 1940, e de lá pra cá, as ossadas começaram a aparecer. Nessa área funcionava uma grande fazenda, que tinha uma senzala, por isso acredita-se que esse era um cemitério de escravos. Isso há dois séculos, mas com o passar dos anos surgiram muitas histórias, principalmente, de assombrações. “Daqui de casa mesmo você enxerga o vulto, é uma vela acesa no cemitério. Isso todo mundo viu, minha menina e meu marido viram uma tocha de fogo”, afirma dona Maria José. As lendas continuam, mas a prefeitura de Redenção quer pôr um fim nessa história. Como a área pertence à Mitra Diocesana, o município pede providências à igreja. “Dá uma má impressão, aí começam aquelas histórias de assombração, começam um monte coisa e o povoado fica preocupado, e também tem a questão do descaso afinal de conta são ossos, merecem respeito”, diz Rita de Cássia Camargo. Enquanto isso, os próprios moradores vão tentando enterrar o passado, sem medo de encarar os mortos. “Os mortos você tem que deixar ele quietinho, tem que rezar para ele, que ele não faz mal a ninguém. Basta ter respeito”, diz Maria José. “Medo dos mortos eu não tenho, eu tenho medo só dos vivos”, conclui dona Maria. Por telefone, o Chanceler da Cúria Diocesana, Monsenhor Irineu Batista da Silva disse que o local está sendo preservado pela Mitra e que será feito um levantamento histórico. Afirmou que os advogados visitaram a área ontem e que em parceria com a prefeitura, será construído um memorial em homenagem aos mortos, junto à capela do Carapéba. |
Sonho meu é estar nessa equipe de historiadores cavucando esses defuntos todos...
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