Se você reside na Bahia, já deve ter ouvido falar do mito sobre o qual trata o texto em questão. Caso não tenha ouvido, acompanhe o texto, e venha conhecer um mistério bem brasileiro.
Na Biblioteca Nacional-RJ, encontra-se o documento que representa um dos maiores enigmas arqueológicos do Brasil. Trata-se do Manuscrito 512, que contém o relato de um grupo de bandeirantes que encontrou em meados do século XVIII as ruínas de uma misteriosa cidade perdida no interior da Bahia.
O documento, escrito pelo religioso J. Barbosa, foi dirigido ao Vice-rei do Brasil Luís Peregrino de Carvalho Menezes. A viagem de exploração teve início 1753, quando um grupo de homens guiados por Francisco Raposo e João Silva Guimarães, embrenhou -se nas selvas do atual estado brasileiro da Bahia.
Francisco Raposo buscava as fantasmagóricas minas de ouro e de prata de Muribeca, cuja localização física era desconhecida. A lenda das minas de Muribeca.
Abaixo um trecho do manuscrito:
Francisco Raposo partiu ao mando de dezoito colonos e, depois de muitíssimas aventuras, mais além de uma enorme zona lodosa, deveu atravessar escabrosas montanhas. Apenas lograram passar a outra parte viram uns claros e, de longe, a selva virgem. Foram enviados uns quantos nativos para reconhecimento e, quando regressaram, disseram que haviam encontrado as ruínas de uma cidade perdida.
No documento se narra ademais que os aventureiros exploraram a cidade perdida no dia seguinte. Entraram maravilhados a uma grande cidade de pedra com muros ciclópeos parecidos aos de Sacsayhuamán (principal fortaleza Inca na cidade de Cuzco). Na parte central da enigmática cidade havia uma praça com um monólito negro muito alto no centro, sobre ele uma estátua de um homem que indicava o norte.
Abaixo outra passagem da antiga descrição:
Abaixo outra passagem da antiga descrição:
Exploramos a zona e nos demos conta de que estávamos entrando em uma cidade antiga, desabitada. Caminhávamos entre as ruínas da cidade e observávamos emocionados essas casas destruídas pensando que em um passado longínquo deveram haver estado ferventes de atividade.
Na entrada havia três arcos. O central estava muito mais acima que os dois laterais e tinha alguns signos desconhecidos gravados na pedra.
Logo nos adentramos nas ruínas da cidade, mas não encontramos nenhum sinal de presença humana recente. Tudo estava abandonado desde havia séculos ou quiçá milênios. No centro da cidadela havia uma praça com a estátua de um homem que indicava o norte. A um lado da praça havia um grande edifício em ruínas. Pelo aspecto exterior, parecia ser um grande templo destruído por um devastador terremoto. Em frente à praça principal fluía um grande rio, enquanto que do outro lado do curso de água havia campos com grandes quantidades de animais: pássaros e corços, aos quais estranhamente nossa presença não assustava.
Navegamos pelo rio durante três dias e encontramos várias pedras onde estavam incisos estranhos signos, parecidos aos do arco da entrada da cidade. Encontrávamo-nos na zona das minas, já que era fácil ver grandes pepitas de ouro nas margens do rio.
Um objeto mencionado pela expedição, que foi encontrado ao acaso, e descrito cuidadosamente na carta consiste em uma grande moeda confeccionada em ouro. Tal objeto, de existência e destino incógnitos, trazia emblemas em sua superfície: cravados na peça havia em uma face o desenho de um rapaz ajoelhado, e no reverso combinados permaneciam as imagens de um arco, uma coroa, e uma flecha.
Pablo Villarrubia Mauso, que fez uma expedição em busca da cidade perdida para a revista Sexto Sentido, acredita tê-la encontrado em Igatú, município de Andaraí, em plena Chapada Diamantina, no Estado da Bahia, seguindo orientação do explorador alemão Heinz Budweg, que afirma que as ruínas são fruto de construções vikinks do ano 1000. Outra hipótese diferente é do linguista e explorador Luis Caldas Tibiriçá. Segundo ele,
"Alguns edifícios assemelham-se aos da Idade Média da Etiópia. As inscrições encontradas poderiam ser do idioma gueez, dos etíopes, os mesmos que, em suas crônicas, falavam de terras distantes que alcançaramcom suas embarcações"
Tibiriçá descarta a hipótese das ruínas serem antigas construções dos próprios nativos indígenas.
Alvo de muitas controvérsias, o documento ainda gera muitas especulações. Não se sabe ao certo a origem da cidade descrita no manuscrito, sua exata localização e quem foram seus habitantes, nem o seu fim. Ficou apenas o relato, e algumas hipóteses que ainda precisam ser devidamente comprovadas.
Legal!
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