"Por volta de 1810 na Groelândia, o natal era comemorado com muitos enfeites feitos de gelo, e bonecos de neve originaram-se de lá. Os presentes simbolizavam toda aquela história cristã de onde realmente originou-se o natal. Mas quem era Noel?
Noel era um barbeiro, com seus poucos mais de 60 anos de idade, um homem que sempre teve uma vida sofrida, e que era sempre discriminado por ser filho de um homem, cuja morte foi consequência de uma tentativa de assassinato ao prefeito de sua cidade. Todos olhavam para Noel com desgosto, e com isso ele carregaria a sina culposa de seu pai para o resto da vida. As poucas pessoas que frequentavam sua barbearia tinham certa pena dele, e se dispunham a ser clientes para que ele tivesse um serviço honesto, mas isso não significava que essas pessoas não iam com certo aperto no coração de medo, e Noel percebia isso.
Ele sempre fazia sua própria barba. Todos os dias pela manhã ele acordava bem humorado, disposto a fingir que nada acontecia à sua volta, e que seu passado não o perseguia. Aos primeiros minutos do sol da manhã, ele abria sua barbearia, e esperava horas e horas até que um freguês entrasse pedindo algo de seus serviços.
Numa bela manhã do dia 08 de janeiro de 1811, uma linda mulher, loira de cabelos cacheados e muito simpática entrou em seu estabelecimento pedindo alguns retoques em seu cabelo. Noel sorridente, mostrou-lhe a cadeira, cercou-lhe o corpo com uma capa protetora para que ela não se suja-se e começou uma pequena e gostosa conversa na qual ele nunca teve em sua vida. A mulher parecia despreocupada, como se Noel não estivesse carregando aquela culpa que não era sua, ou então ele estaria sonhando.
Em certo ponto da conversa, a mulher se apresenta dizendo se chamar Grace e que acabara de se mudar da Finlândia para ali e que ainda não conhecia ninguém. Noel desanimadamente entendeu na mesma hora o motivo para tanta indiferença quanto a seu caráter, mas isso duraria pouco.
No minuto em que ele iria começar o serviço, já com a tesoura na mão, algumas pessoas ao lado de fora começaram a bater na porta gritando para que Grace saísse dali.
- Grace, saia daí agora, esse homem é filho de um assassino. Se não quiser morrer saia daí agora.
Grace reconheceu o homem com voz estridente e apavorosa. Era seu marido. No mesmo instante das últimas sílabas vindas da voz dele, Grace começou a chorar e pedir por favor para que Noel não fizesse nada. Ela saiu correndo dali.
Poucos segundos após, o silêncio pairava sob sua barbearia novamente e este foi o momento fulminante na decisão de uma mudança radical em sua vida.
- Não aguento e não vou mais tolerar isso. -Vociferou Noel. - Deste momento em diante serei outro homem, e à partir de agora eles devem começar a realmente se preocupar comigo.
2 anos depois - Véspera de natal
A barbearia de Noel estava fechada à 2 anos, e ninguém mais ouviu falar de Noel ou o que tenha acontecido com ele. O fato é de que todos da cidade estavam aliviados.
Era véspera de natal de 1813. Na base da grande árvore enfeitada no centro da cidade, um homem de roupas de frio brancas, botas pretas, gorro branco e barba branca sentava numa grande poltrona. Balançando um pequeno sino gritando hohoho ele dizia:
- Hohoho, sou o velhinho dos presentes. Venham todas as crianças a mim e digam o que querem ganhar. O velhinho dos presentes vai dar. Hohoho.
E toda a população espantada por aquele estranho personagem começaram a se aglomerar em volta da árvore com muita curiosidade. Noel, que antes tinha barba e cabelo bem feitos, agora estava irreconhecível, senho denominado à partir de agora o "Velhinho dos Presentes".
Crianças ao escutarem as palavras do velhinho , ficavam atiçadas a irem ao encontro dele. No final, Noel tinha uma enorme lista com os pedidos das crianças com endereço fornecido pelos pais e já era conhecido entre as crianças como papai.
Dia de natal. Durante o dia todos estavam apressados e empolgados com as festividades noturnas, enquanto Noel, mais tarde conhecido como Papai Noel, colocava em prática todo seu plano.
A cidade era pequena, e ao total na lista de Noel haviam 88 crianças.
Noel durante o dia todo sem descansar construía com suas próprias mãos os brinquedos das crianças. Eram carrinhos de madeira, bonecas de pano e muitas outras coisas que ele não havia entendido, mas que inventava novos brinquedos.
Durante a noite de natal, Noel esperou as festas cessarem, para que antes de terminar a noite, enquanto todos estavam exaustos dormindo em suas casas profundamente, ele entrasse pelas chaminés e colocava em prática todo seu plano.
Imagem da série AHS, nada haver com o conto, só pra ilustrar. |
Ao entrar no quarto dos pais, Noel retirava a faca e matava o homem e a mulher com golpes mortíferos no peito de cada um. Depois retirava seus olhos e os guardava numa pequena caixa que ficava dentro do saco de presentes. Com a navalha ele deixava as duas pessoas carecas e sem o couro da cabeça também, relembrando agora seu antigo serviço de barbeiro. Estava concluído seu serviço. Próxima casa.
Fui uma noite exaustiva para Noel, mas logo na manhã seguinte o resultado foi uma verdadeira e abominável cena de desespero em todos os cantos da cidade. Assim como ele queria e planejara. Políciais, famílias e visitantes nervosos e desesperados sem saber o que fazer, quando uma voz em meio à multidão gritou apontando para a grande árvore de natal do centro.
- Foi o velhinho dos presentes. Olhem a ávore de natal.
As pessoas em conjunto olharam com atenção aos enfeites pendurados em cada ponta do grande pinheiro. Os olhos de todas as vítimas estavam ali, no lugar das bolas brilhantes. Enquanto isso dezenas de sacos pretos circulavam para retirar os corpos das casas.
Todos os que estão mortos foram aqueles que tinham filhos e os levaram até ele na véspera de natal. Por sorte ele não fizara nada com as crianças.
Outra voz gritava:
- Vamos matá-lo.
Assim todos em união vasculhavam beco por beco pelo velhinho dos presentes, mas durante mais de 2 horas nada encontraram.
Ao passar em frente da antiga barbearia de Noel, alguns participantes de um grupo perceberam que aquele lugar não estava mais abandonado. Rastros de botas por toda a neve da calçada marcavam o caminho até a porta, que agora já não tinha mais neve sob a fechadura.
Com um pesado chute, a porta veio abaixo rapidamente, e em dupla entraram as primeiras pessoas. O restante do grupo aguardava ancioso por vingança. Esperavam um sinal para invadirem a casa e matarem o velhinho dos presentes. Mas alguns segundos se passaram, e a única coisa que escutaram foi o silêncio seguido por dois corpos que foram jogados para fora mortos e com as gargantas rasgadas. Em seguida Noel saiu pela porta da frente com sua roupa branca, agora vermelha de sangue, gritando:
- Hohoho venham pegar seus presentinhos com o Papai Noel. Hohoho.
Ele entrou e o silêncio dentro da barbearia só era cortado pelos gritos da multidão.
A polícia chegou e cercou todo o quarteirão. Eles queriam invadir para tentar prender Noel, mas a população em massa chegou gritando:
- Vamos queimar o Papai Noel.
E foi o que fizeram. As chamas foram tão fortes e altas que para chegar perto do local da barbearia as pessoas tiveram que esperar mais de 1 dia para o calor diminuir.
(Rene Sarli)
Nunca gostei do Papai Noel, ele me dava medo, mas com essa história começo a pensar que todos os contos infantis possuem 1 lado obscuro.
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