Centenas de ícones de Maria, a mãe de Jesus de Nazaré, possuem as mãos e os rostos negros. Na França, elas são chamadas de “Vierge Noires” e em outros lugares da Europa de “Maddonas Negras”. Alguns chamam sua imagem de “a outra Maria”; Carl Jung dizia que, eram representações de Ísis, e sua iconografia remonta ao culto pré-histórico da Mãe Terra. Ela possui analogia com as Deusas Cybele, Diana e Vênus e associações culturais com Kali, Innana e Lilith. Historicamente ela foi introduzida pelos cruzados voltando da Palestina, os conquistadores espanhóis a levaram ao Novo Mundo e seguindo antigas tradições esotéricas, os Templários a chamavam de “Maria Madalena”. Como a negra Sara-la-Kali, ela é reverenciada pelos ciganos em todo o mundo, possuindo sua data e lugar sagrado: 24 de maio, Saintes-Maries de la Mer, na região francesa de Camargue.
Mas independente do que ela possa aparecer, ou do que possam dizer dela, seu culto continua poderoso e exerce uma estranha fascinação em milhões de devotos em todo o planeta. Seus lugares sagrados são centros de energia telúrica, enlaçados com as “Linhas Ley” e a arquitetura sagrada. Desde os tempos remotos até hoje, multidões peregrinam a seus Santuários, mergulhando em seus mistérios e entregando-se a seus miraculosos trabalhos de cura, transformação interior e inspiração. A França possui mais de 300 lugares com Virgens Negras e existem mais de 150 deles no mundo.
O Brasil, com orgulho, exibe a sua Madonna: Nossa Senhora da Aparecida, retirada das águas por pobres pescadores. Sua imagem, reprodução da morena Virgem de Guadalupe do México, que é a manifestação da nativa Tonantzin, atrai milhares de devotos, católicos ou não. Nos meios hermetistas e pagãos (incluindo a Wicca), ela é a imagem da Sábia e Cthônica Anciã (Crone).
O Ritual
Em uma noite sem Lua (Lua Nova), vista-se com cores negras e cubra a cabeça com um lenço também negro. Prepare um pequeno altar com oferendas de vegetais de casca escura (por exemplo – beterraba, ameixa, beringela, azeitonas pretas, etc…), incenso de aroma forte (benjoim, âmbar ou defumadores de ervas) e uma Vela Verde. Arrume o altar voltado para o Norte, acenda o incenso e a Vela. Deite-se no chão, com o rosto voltado para a terra, coloque os braços abertos ao lado do corpo e diga:
“Purifique-me Senhora ! Purifique-me internamente e externamente. Purifique meu corpo, alma e espírito ! Faça as sementes de luz crescerem dentro de mim e transforme-me em tocha flamejante de Teu Amor. Para que eu, tomado por minhas próprias chamas, transforme tudo em mim e ao meu redor em Luz !”
Imagine a Virgem Negra entronizada no centro da Terra, Senhora do Mundo Subterrâneo e Mãe da Natureza. Sinta o seu poder e sua majestade incomparável.
Imagine a Virgem Negra entronizada no centro da Terra, Senhora do Mundo Subterrâneo e Mãe da Natureza. Sinta o seu poder e sua majestade incomparável.
Levante-se e faça a oração mais uma vez.
Pegue a Vela Verde e caminhe, no sentido dos ponteiros do relógio, nove vezes. Pare voltado para o Norte e faça a oração novamente. Agradeça a Virgem Negra e peça a sua proteção.
Deixe o incenso e a Vela consumirem-se totalmente. Use as oferendas vegetais para o consumo próprio, como uma dádiva da Mãe Terra.
O Ritual pode ser realizado fora ou dentro de casa. A Vela Verde (escura) é tradicionalmente usada em ritos para a Virgem Negra desde a Idade Média.
Fontes: Palhaço Medonho e Templo Sagrado:
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